Em plenária da Cogen, presidente da EPE diz que objetivo é incentivar Geração Distribuída valorizando os atributos de cada fonte

Luiz Augusto Barroso afirma que EPE e da Cogen destacaram a importância da biomassa como forma de recuperação dos reservatórios e o desenvolvimento da Geração Distribuída para atender ao setor elétrico

São Paulo, 21 de novembro de 2016 – Em evento realizado na última quinta-feira (16/11) pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, disse que a EPE tem o objetivo de incentivar a Geração Distribuída valorizando os atributos específicos de cada fonte energética.

Em sua apresentação, ele destacou as perspectivas e os desafios de 2018 para a Geração Distribuída e para a Cogeração em um mercado que segue crescente na demanda por energia elétrica, com previsões de crescimento de 3% para o próximo ano.

De acordo com Barroso, uma das tendências da Cogeração, já amplamente adotada no exterior, é o atendimento a hospitais e demais instalações comerciais e industriais. O presidente da EPE destacou a falta de regulamentação que permita uma evolução mais rápida desse mercado e sugeriu a adoção de uma regulação combinada entre eletricidade e gás, ou seja, combinação da rede para o futuro do fornecimento. Há locais onde a rede de gás chega onde a rede de distribuição de eletricidade não está presente e isso apresenta oportunidades de sinergias.

Ao longo de sua apresentação, Barroso falou sobre a expansão da geração de energia elétrica e suas diretrizes. “O maior desafio para a matriz elétrica brasileira é atender à demanda de energia de forma segura, com o menor custo possível e considerando políticas e compromissos de proteção ambiental”. Esse tripé, segundo Barroso, prezaria pelo uso de recursos nacionais, mantendo a confiabilidade e qualidade de todo o sistema.

A redução das emissões também foi abordada. De acordo com o presidente da EPE, é um dos drivers para a expansão da energia renovável no País. O acordo assinado no COP 21 em 2015, que colocou como meta ao Brasil reduzir em 45% a emissão de CO2 até 2030, favorece a crescente no uso de energia renovável.

Sobre o cenário vivido atualmente com os baixos níveis dos reservatórios, Newton Duarte, presidente executivo da Cogen, afirma que “as usinas hidrelétricas não são mais a solução para o País. O player que fará a diferença para superarmos essa fase de baixa nos reservatórios certamente será a biomassa. Hoje, o Sudeste e Centro-oeste operam com apenas 18% da capacidade, dos quais 15% foi garantido pela biomassa. Se não houvesse a geração a partir dessa fonte, os reservatórios estariam com apenas 3% de sua capacidade”, destaca.

A geração de energia elétrica a partir de biomassa fomentaria o desenvolvimento do mercado de Geração Distribuída, que já se mostra muito vantajoso. Fatores como menor tempo de construção, aproveitamento de resíduos de produção (autoprodução) e potencial redução de custos estão entre os atributos favoráveis ao sistema elétrico nacional.

Para finalizar, Barroso destacou desafios a serem enfrentados nos próximos anos: seguir elevando a qualidade das instalações e melhorar estrutura tarifária obsoleta – as tarifas precisarão refletir do modo mais fiel a realidade do País. 

“Espinha dorsal” do Mercado Livre de Energia baseia-se em três fatores

Ao ser questionado sobre a evolução do Mercado Livre de Energia, Barroso ressaltou quais são os três principais pilares para seguir de forma crescente: separação de lastro e energia; fim do subsídio – estruturação de uma proposta semelhante ao mercado de energia limpa no Brasil e, por fim, abertura de mercado com a formação de preços por ofertas dos agentes como visão de futuro plausível.