Governo quer reduzir preço do gás de cozinha pela metade em até dois anos, diz Paulo Guedes

Ministro da Economia deu declaração no evento Marcha dos Prefeitos, em Brasília. Ele afirmou que é preciso quebrar monopólio da Petrobras no refino e das distribuidoras na distribuição.

Por G1 — Brasília

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (9) que em dois anos, o governo quer baixar pela metade o preço do gás de cozinha no Brasil. Para isso, ele afirmou que é preciso "quebrar" o monopólio do refino do petróleo, atualmente nas mãos da Petrobras, e no setor de distribuição. "Daqui a dois anos, o botijão vai chegar pela metade do preço na casa do trabalhador brasileiro. Vamos quebrar os monopólios e baixar o preço do gás e do petróleo", declarou, durante Marcha dos Prefeitos, em Brasília. De acordo com o ministro, o preço no Brasil do chamado BTU (unidade de medida do gás), custa US$ 12 no Brasil. Segundo ele, no Japão e na Europa esse preço é de US$ 7. Esses países, de acordo com Guedes, não têm produção de gás e importam o produto da Rússia. Nos Estados Unidos, que têm produção de gás, afirmou, o preço é de US$ 3 por BTU. Ele afirmou que o preço é mais alto no Brasil devido ao monopólio da Petrobras no refino do produto e na distribuição. “Vamos quebrar esse monopólio”, declarou.

De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigas), seis empresas respondem por quase 90% do mercado de distribuição.

 

Pré-sal

 

Guedes disse aos prefeitos durante o evento que o governo quer repassar 70% dos recursos da exploração do pré-sal para os estados e municípios já no ano que vem. Atualmente, disse ele, 65% dos recursos ficam com a União e 35% com os estados e municípios. Segundo ele, é preciso que o Estado se faça presente "onde o povo está", ou seja, nos estados e municípios. "O estado está desequipado, a prefeitura não tem recursos para ambulatório. A ideia é já pegar o pre-sal – e não é gradual – já no ano que vem e jogar 70% para os estados e municípios", declarou.

Paulo Guedes afirmou que é preciso instituir esse novo formato de distribuição "já", e não em 20 anos. "Está faltando polícia hoje, não daqui a 20 anos, está faltando escola hoje. Os recursos estão no fundo do mar. Por que vou passar aos poucos um recurso que eu não tenho?", questionou. O ministro da Economia estimou uma arrecadação com os recursos do pré-sal de R$ 500 bilhões a R$ 1 trilhão nos próximos 20 anos. "O futuro vem do petróleo", declarou ele.