NOVAS REGRAS PODEM ESTIMULAR A GERAÇÃO DE BIOELETRICIDADE DA CANA

Bioeletricidade produzida da cana é alternativa limpa e renovável para a segurança energética do País.

Na abertura do 8º Seminário CEISEB BR/UNICA sobre Bioeletricidade, realizado nesta quarta-feira (22/08) durante a 26ª Fenasucro&Agrocana, em Sertãozinho (SP), o secretário de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Eduardo Azevedo, comentou as medidas que estão sendo trabalhadas para melhorar o ambiente regulatório do mercado de energia no Brasil. Em sua fala, destacou que, em outubro deste ano, o governo publicará novas regras para a garantia física na geração da bioeletricidade sucroenergética.

A garantia física de uma usina de cana é publicada pelo MME e representa o montante de bioeletricidade que pode ser comercializado, na forma de contratos nos ambientes livre ou regulado.

Azevedo anunciou que a partir da publicação das medidas, as empresas poderão, voluntariamente, anunciar sua garantia física adicional de acordo com a geração. O gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar de Souza, explica: “Muitas usinas de açúcar e etanol têm capacidade de produzir mais bioeletricidade do que suas garantias físicas atuais. Com isso, esses excedentes poderão ser comercializados no setor elétrico, o que antes não era possível”.

O diretor de Regulação e Tecnologia da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN), Leonardo Caio Filho, estima que a nova regra impulsionará a geração de bioeletricidade, que poderá ser aumentada em até 10% no período da safra de cana (de abril a novembro), poupando quase dois pontos percentuais dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste. Em 2017, a eletricidade gerada a partir da biomassa canavieira contribuiu para uma importante economia de recursos hídricos nestes empreendimentos.

“Cabe ressaltar que, atualmente, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste estão em 30% da sua capacidade. Não fosse a contribuição da bioeletricidade, estaríamos com apenas 15%”, conclui o executivo.