Cogen defende leilões regionais no PDE 2029

Para presidente da associação, Newton Duarte, a medida beneficiaria a cogeração e a geração distribuída

 

Por Marcelo Furtado    

 

A Associação da Indústria de Cogeração de Energia defende que o governo inclua no próximo Plano Decenal de Energia (PDE) o conceito de leilões regionais para contratação de energia nova. O PDE 2029 está sendo elaborado pela EPE e será em breve colocado em consulta pública pelo MME.

 

“O planejamento energético precisa valorizar os atributos ambientais, as externalidades econômicas da cogeração a biomassa”, defende Newton Duarte, presidente da Cogen.

 

Para ele, isso estabeleceria o atendimento de condições de demanda de energia em linha com atributos de cada fonte, fortalecendo planos em implantação no país como o RenovaBio e Novo Mercado de Gás.

 

“É fundamental a correta precificação das fontes a partir da valorização correta de seus atributos. As usinas movidas a biomassa, por exemplo, não só por gerarem com fontes renováveis, mas também por estarem próximas ao centro de carga, evitam investimentos desnecessários em linhas de transmissão e demais serviços ancilares”, afirma Duarte.

 

No seu entender, o leilão regional respeita a vocação de cada região. “No Nordeste, são as eólicas e o gás natural para firmar; no Centro-Sul, biomassa, gás natural, PCHs e biometanização. Não faz o menor sentido que o país continue promovendo leilões em condições desiguais entre as fontes, desconsiderando o custo das linhas de transmissão”, diz.

Segundo ele, o modelo atual dos leilões não leva em conta os custos de fontes que contam com subsídios ou que estejam longe do centro de carga. “Isso explica o pequeno nível de contratação de projetos novos de biomassa”, observa.