Brasil termina 2021 com maior acréscimo em potência instalada desde 2016

Eólicas foram o destaque, com a maior entrada em operação registrada no país

ANEEL

 

Um acréscimo na geração de energia elétrica superior a não uma, e sim duas usinas de Jirau, a quarta maior hidrelétrica do Brasil (com 3.750 MW). Essa é a magnitude dos empreendimentos que começaram a operar no país em 2021, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. A Agência, que fiscaliza o funcionamento das usinas, atesta que 7.562,08 megawatts (MW) passaram a fazer parte da matriz elétrica brasileira no ano – 57,8% a mais do que os 4.790,4 MW estabelecidos como meta em janeiro passado. Trata-se do segundo maior incremento na série histórica medida pela ANEEL desde 1997, atrás apenas de 2016, quando o acréscimo foi de 9.528 MW.




O ano de 2021, que teve a geração hidrelétrica prejudicada pela maior escassez hídrica em 91 anos, também será lembrado pela maior ampliação da geração eólica registrada no país. As usinas movidas pela força dos ventos responderam por 3.694,32 MW de potência instalada, marca que ultrapassou em larga medida os 2.786 MW liberados pela Agência em 2014, até então o recorde de entrada em operação dessa fonte no Brasil. As usinas eólicas constituem neste momento 20,8 gigawatts (GW) de potência instalada, respondendo por 11,46% da matriz energética brasileira.

O diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, celebrou o resultado afirmando que "com uma regulação eficiente estimulamos a expansão da geração de energia limpa. Em 2021, aceleramos a entrada em operação das usinas para combater a escassez hídrica e assim promover segurança energética e contribuir com a retomada do crescimento econômico do País. Os investimentos bilionários em geração de energia criaram empregos de modo que milhares de brasileiros pudessem garantir o sustento das suas famílias com o suor dos seus trabalhos", ressaltou o diretor-geral.

A capacidade instalada em eólicas em 2021 correspondeu quase à metade (48,85%) do acréscimo total de potência no período. As usinas termelétricas responderam por uma expansão de 2.449,69 MW (32,39%) e as solares fotovoltaicas, de 1.299,46 MW (17,18%). As pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) agregaram à matriz 114,14 MW, 1,51% do total do ano.

Usinas geradoras foram inauguradas ou reabertas em 20 estados das cinco regiões do país em 2021. Os estados com maior acréscimo foram, em ordem decrescente: Bahia (1.532,38 MW), Rio Grande do Norte (1.505,69 MW) e Rio de Janeiro (1.338,30 MW).

A geração em dezembro

Com liberação de 1.122 MW, o mês de dezembro foi o segundo em acréscimo de capacidade em 2021. Setembro foi o mês com maior expansão, com 1.798 MW, sendo 1.338,30 MW provenientes da entrada em operação comercial da usina termelétrica GNA 1, movida a gás natural – considerada a segunda maior termelétrica do país, no Porto do Açu/RJ (leia mais).

As usinas liberadas para operação comercial em dezembro apresentam uma particularidade: nenhuma delas está relacionada a contratos de comercialização regulada (ACR).

Fontes renováveis

De acordo com o Sistema de Informações de Geração da ANEEL, o SIGA, atualizado diariamente com dados de usinas em operação e de empreendimentos outorgados em fase de construção, 82,96% da energia elétrica em operação é gerada por fontes renováveis.

Outras informações sobre o acompanhamento da expansão da oferta de geração estão disponíveis em painéis interativos em https://www.aneel.gov.br/acompanhamento-da-expansao-da-oferta-de-geracao-de-energia-eletrica. Esses painéis, atualizados mensalmente, mostram a previsão para a entrada de novas unidades geradoras para os próximos anos. Eles trazem ainda um histórico da expansão da geração desde a criação da ANEEL (1997).  Além dos painéis, também está disponível a base de dados com informações de previsão e acompanhamento de obras dos empreendimentos outorgados para construção.