Medidas poderiam ter sido tomadas antes da crise hídrica agravar, diz PSR

Brasil Energia - 06/09/2021
 

Dois fatores que serão necessários para superar a crise hídrica até o fim do ano serão velocidade e transparência, avalia Celso Dall'Orto

Algumas medidas tomadas pelo governo para combater a crise hídrica poderiam ter sido adotadas nos primeiros sinais de agravamento da crise hídrica. Este é a avaliação de Celso Dall’Orto, consultor da PSR, em webinar promovido na semana passada pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) e pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Ele apresentou dados segundo os quais, a energia natural afluente (ENA) ficou abaixo da média histórica nos últimos 12 meses, com média de 71% da Média de Longo Termo (MLT) entre janeiro e julho, patamar mais baixo do que o verificado no mesmo período em 2001, quando ocorreu o racionamento, e atingindo o percentual de 52% em agosto.

Para o consultor, dois fatores que serão necessários para superar a crise hídrica até o fim do ano serão velocidade e transparência.

Dall’Orto sugere a realização de leilões emergenciais para a contratação de nova oferta térmica, desde que consigam entrar em operação em poucos dias, e a concessão de benefícios para a antecipação de equipamentos em construção.

O especialista avalia ainda que o cenário do ano que vem dependerá do período chuvoso. Ele recorda que em 2017, a energia armazenada no Nordeste chegou a 5% no fim do ano, mas o nível de armazenamento se normalizou com a chegada das chuvas, elevando-se até atingir 41% em abril de 2018.

“O trabalho de coordenação da crise será fundamental para atravessar o ano ou mitigar um eventual problema. Porém, se não chover no período úmido 2021/22, teremos outro ano complicado”, disse o consultor.