ONS afasta racionamento em 2021

Diretor-geral reforça que monitoramento das condições é diário e que recomendará térmicas ligadas no período úmido para poupar reservatórios

PEDRO AURÉLIO TEIXEIRA, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO COMPARTILHAR

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchi, afastou a possibilidade de algum racionamento em 2021. Em painel promovido pelo Jornal O Globo nesta quarta-feira, 22 de setembro, Ciocchi reafirmou que há energia hídrica armazenada, térmicas em funcionamento e eólicas em fim de safra de vento. “Não há essa possibilidade “, afirma.

Quanto a chance de problemas na demanda nos próximos dois meses, o diretor do ONS não os afastou, mas salientou que para afastar esses riscos há um monitoramento diário feito pelo operador. “Outubro e novembro é um período mais crítico em que a carga aumenta, os reservatórios vêm mais baixos, mas temos as termelétricas. Acreditamos que temos a condição de enfrentar os problemas de pico com segurança”, avisa.

Ele contou que vem tratando a situação com transparência. Ao contrário de 2001, quando houve um racionamento de energia, dessa há alternativas para enfrentamento.

Ao ser questionado se as térmicas mais caras seriam despachadas no próximo período úmido para poupar os reservatórios, Ciocchi lembrou que essa decisão cabia ao Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico e não ao ONS. Porém, o desejo do operador é que isso aconteça e haverá essa recomendação. Para ele, a intenção é que os níveis dos reservatórios cheguem em boas condições para o tempo seco de 2022. O replecionamento seria outro motivador desse acionamento, uma vez que os usos múltiplos das águas também são motivo de atenção.

Ciocchi dá como exemplo de êxito de uma política pública na preservação de um reservatório a executada na usina de Sobradinho, da Chesf. Entre 2015 e 2017, os níveis chegaram a 3% da capacidade e hoje operam com cerca de 50%. “Foi uma política, uma operação coordenada, controlada e estipulada pela ANA, operacionalizada pelo ONS de forma a garantir de forma ao longo de alguns anos que esse reservatório retornasse a uma condição mais confortável”, observa. A intenção era fazer algo semelhante em Furnas, mas a crise hídrica surpreendeu e acabou por interrompeu a tentativa.