Projeto da Copel prevê contratação de GD com microrredes

Distribuidora pretende contratar 50 MW médios para operação ilhada ou conectada à rede

SUELI MONTENEGRO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA

A Copel Distribuição foi autorizada a implantar projeto-piloto de chamada pública para a contratação de geração distribuída, com a formação de microrredes em 32 conjuntos de consumidores de sua área de concessão. O objetivo é melhorar a confiabilidade do fornecimento de energia em áreas específicas, implantando um sistema elétrico inteligente de pequeno porte capaz de operar de forma ilhada durante falhas na rede ou conectado à rede de distribuição.

As distribuidoras podem adquirir até 10% de sua carga de empreendimentos de geração distribuída, por meio de chamada pública. No caso do projeto da Copel, a ideia é aliar essa contratação a uma proposta que vai possibilitar a melhoria dos indicadores de qualidade.

A companhia pretende contratar até 50 MW médios de energia, o equivalente a 438 mil MWh/ano ou 1,9% de sua carga anual. Nos conjuntos de consumidores escolhidos para a conexão de centrais geradoras com a formação de microrredes, a meta é reduzir o tempo de duração das interrupções (medido pelo indicador DEC), no caso de falhas no atendimento. As usinas contratadas deverão operar de forma ininterrupta por, no mínimo, cinco horas diárias.

A proposta inicial da empresa era de contratar usinas entre 5 MW e 30 MW, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica sugeriu a inclusão de centrais geradoras entre 1 MW e 5 MW. A Aneel também propôs que a vigência dos contratos fosse reduzida de 15 anos para até cinco anos, por se tratar de um projeto piloto que vai exigir avaliação de resultados no médio prazo.

Para a aprovação dos contratos pela agência, a distribuidora terá de apresentar estudos demonstrando que os benefícios técnicos e econômicos superam os custos adicionais de contratação da energia em relação ao preço médio dos seus contratos de comercialização. Uma estimativa da Aneel mostra que se a Copel adquirir a quantidade total de energia proposta ao preço teto da chamada pública, de R$ 311/MWh, o impacto tarifário para o consumidor seria de 0,42%.

Ainda assim, os técnicos da agência consideram que há benefícios a serem considerados. A geração distribuída próxima à carga, aliada ao uso em microrredes, vai reduzir os tempos de atendimento ao consumidor e adiar investimentos de longo prazo. Há também o incentivo à inovação tecnológica.